As vigilâncias, as escutas telefónicas e as informações em geral são um fenómeno estranho em Portugal. Voltam à tona, ou seja às manchetes dos jornais e ao primetime das televisões, quando menos se espera. Quase sempre pelo mesmo motivo: alguém se queixa de ser seguido, escutado ou vigiado. Afinal, quem são os espiões em Portugal? Quais são os organismos que podem vigiar os cidadãos e, no limite, escutá-los? Muito poucos ou quase nenhuns - é a resposta da lei. É por isso, claro, que quase todos o fazem. Comecemos pelas informações. O Sistema de Informações da República Portuguesa, cuja chefia funciona no próprio prédio da Presidência do Conselho de Ministros, é a cúpula de dois serviços de informações: o conhecido SIS (Serviço de Informações de Segurança) e o SIED (Serviços de Informações Estratégicas de Defesa). O primeiro trata da espionagem doméstica, ou seja, das informações internas. O segundo das informações internacionais.