O ex-primeiro ministro não poupa nas palavras que utiliza para criticar Carlos Alexandre e Rosário Teixeira. Diz que eles se movem pelo ressentimento e usam "o poder da força".
José Sócrates fala pela primeira vez desde que foi reconfortada a prisão preventiva pelo juiz Carlos Alexandre. Em declarações enviadas por escrito à TSF e ao Diário de Notícias, o ex-primeiro ministro tece duras acusações contra Carlos Alexandre e contra o procurador Rosário Teixeira.
“A acção penal democrática funda-se – e legitima-se – na liberdade, nos direitos individuais e nos limites que o Estado se impõe a ele próprio. Este despacho do senhor Juiz de Instrução e a promoção do Ministério Público a que dá seguimento são estranhos a essa cultura, pertencem a outra família, à da ordem, da submissão, da obediência – para ela, sim, os direitos existem, mas para serem utilizados com parcimónia, quando nós quisermos, quando nós dissermos, como nós quisermos, para o que nós quisermos”. José Sócrates reforça esta ideia afirmando: “O poder que exerceram [o juiz e o procurador] não foi o do direito, mas o da força”.