«Os cortes têm que ser na despesa, mas também não chega, eu estou de acordo que os cortes têm que ser na despesa e que há despesismo a mais, estou de acordo, mas não chega e é preciso mais», disse Mário Soares.
O ex chefe de Estado e primeiro-ministro falava aos jornalistas à entrada para uma exposição sobre a I República, na Fundação Mário Soares, a propósito da reunião do Conselho de Ministros e da eventual aprovação de novas medidas de austeridade.
Soares remeteu um comentário para depois de serem conhecidas eventuais decisões, mas defendeu «o caminho dos impostos».
«Foi o que disse a OCDE e é verdade, a Espanha, nossa vizinha, já está nessa, já aumentou os impostos e diminuiu os salários em 16 por cento dos ministros todos, portanto se não se fizer isso o país não avança», advogou.
O fundador do PS acrescentou ainda que a crise «resulta da globalização selvagem» que anda «a denunciar há anos».
«Ninguém ligou nenhuma, têm de mudar o paradigma, como diz o Obama», disse.
Mário Soares reiterou ainda que acha «possível haver ainda um acordo entre o líder do PS e o líder do PSD» para Orçamento do Estado de 2011.
Questionado sobre um eventual aumento do IVA, Soares rejeitou comentar: «Não sei se vai ser assim ou não vai ser assim, está-me a dar uma hipótese e eu não falo sobre hipóteses».
SOL/Lusa