João Araújo e Pedro Delille falaram da prisão domiciliária de Sócrates. Entre críticas, perguntam: "Que seria hoje a vida pública portuguesa se este processo não tivesse sido iniciado?"
“O Ministério Público começou em prestações suaves a bater em retirada”. É esta a leitura da defesa de José Sócrates em relação à alteração da medida de coação aplicada ao ex-primeiro-ministro, que deixou esta sexta-feira de estar em prisão preventiva na cadeia de Évora para passar para prisão domiciliária, com vigilância policial, num apartamento em Lisboa. Uma alteração proposta pelo procurador responsável, Rosário Teixeira, ao juiz Carlos Alexandre, a que este deu seguimento.
Numa conferência de imprensa na manhã deste sábado, os dois advogados de Sócrates, João Araújo e Pedro Delille, voltaram a atacar toda a investigação, não poupando críticas ao Ministério Público e ao juiz de instrução. “O Ministério Público continua sem apresentar os factos, as provas e a acusação. Isso acontece porque não tem factos, não tem provas e não pode deduzir acusação. Por isso, começou em prestações suaves a bater em retirada. Não quis o espetáculo indecoroso da sua derrota absoluta, quis antes um golpe de imagem, uma aproximaçãozinha, para mostrar alguma coisa”, começou, no seu estilo contundente, por afirmar João Araújo.