Abel Pinheiro diz ter sido 'mensageiro' de Nobre Guedes
2 de Fevereiro, 2011
Abel Pinheiro, arguido no processo Portucale, disse hoje ter sido «apenas um mensageiro» de um pedido ao ex-ministro do Ambiente Nobre Guedes para assinar o despacho que permitia o abate de mais de dois mil sobreiros, em Benavente.«Falei da cunha em Portugal, mas não é cunha, .fui um mensageiro, a cunha é pouco mais forte. O que eu fiz foi transmitir pedidos de pessoas ou para reuniões ou para transmitir papéis de lá para cá e não recebi nada em troca», disse aos jornalistas à saída da primeira sessão de julgamento do processo Portucale, no Campus da Justiça de Lisboa.
E acrescentou que essa função de mensageiro «era perfeitamente legítima» e que «estava a exercer funções públicas atribuídas pela comissão executiva do partido», da qual fazia parte.
Para rebater a tese da acusação de tráfico de influências, Abel Pinheiro, ex-dirigente do CDS-PP, recordou que quem «lixou» os terrenos do autódromo (do grupo Grão Pará) foram Luís Nobre Guedes e Telmo Correia e que posteriormente ganhou a acção contra o Estado.
«Então tinha capacidade para influenciar para o BES e não tinha para mim», questionou.
«A colaboração com a administração pública é um dever de qualquer cidadão. Colaborei com a administração pública e o ministro ao recebê-los.também», argumentou o arguido.
Na opinião de Abel Pinheiro, «há sobreiros socialistas e sobreiros conservadores», lembrando o corte dessas árvores em Setúbal, num projecto aprovado pelo actual primeiro-ministro, José Sócrates, para construir apartamentos e centro comercial, numa alusão à urbanização do Vale da Rosa.
Abel Pinheiro está acusado de tráfico de influências e falsificação de documentos, num caso relacionado com o corte mais de dois mil sobreiros na herdade da Vargem Fresca, em Benevente, para a construção de um projecto turístico-imobiliário da empresa Portucale, do Grupo Espírito Santo (GES).
No final da primeira sessão, o ex-director-geral das Florestas António Macedo disse apenas que este processo tem uma dimensão«técnica, administrativa e política».
Na sala de audiências, o seu advogado, Carlos Pinto de Abreu, questionou porque não estavam a ser julgados os três ex-ministros - Nobre Guedes, Telmo Correia e Carlos Costa Neves - que assinaram o despacho de 16 de Fevereiro de 2005.
«Este julgamento é um absurdo, uma imbecilidade. Não vejo aqui nenhum ministro presente. Não percebo porque só estão aqui os técnicos, que não violaram nenhum dever, só cumpriram ordens», afirmou.
Os 11 arguidos são: Abel Pinheiro, Carlos Calvário, José Manuel de Sousa e Luís Horta e Costa (estes três ligados ao GES), António de Sousa Macedo (ex-director geral das Florestas), Manuel Rebelo (ex-membro da Direcção-geral das Florestas), António Ferreira Gonçalves (ex-chefe do Núcleo Florestal do Ribatejo), João Carvalho, Teresa Godinho, Eunice Tinta e José António Valadas (funcionários do CDS).
Os factos reportam a 2005, quando a escassos dias das eleições legislativas um despacho assinado pelos ex-ministros do PSD Costa Neves (Agricultura) e do CDS/PP Nobre Guedes (Ambiente) e Telmo Correia (Turismo) declarava como sendo de utilidade pública um projecto do GES para um empreendimento turístico, autorizando o abate de mais de 2.500 sobreiros, espécie protegida.
Lusa/SOL
E acrescentou que essa função de mensageiro «era perfeitamente legítima» e que «estava a exercer funções públicas atribuídas pela comissão executiva do partido», da qual fazia parte.
Para rebater a tese da acusação de tráfico de influências, Abel Pinheiro, ex-dirigente do CDS-PP, recordou que quem «lixou» os terrenos do autódromo (do grupo Grão Pará) foram Luís Nobre Guedes e Telmo Correia e que posteriormente ganhou a acção contra o Estado.
«Então tinha capacidade para influenciar para o BES e não tinha para mim», questionou.
«A colaboração com a administração pública é um dever de qualquer cidadão. Colaborei com a administração pública e o ministro ao recebê-los.também», argumentou o arguido.
Na opinião de Abel Pinheiro, «há sobreiros socialistas e sobreiros conservadores», lembrando o corte dessas árvores em Setúbal, num projecto aprovado pelo actual primeiro-ministro, José Sócrates, para construir apartamentos e centro comercial, numa alusão à urbanização do Vale da Rosa.
Abel Pinheiro está acusado de tráfico de influências e falsificação de documentos, num caso relacionado com o corte mais de dois mil sobreiros na herdade da Vargem Fresca, em Benevente, para a construção de um projecto turístico-imobiliário da empresa Portucale, do Grupo Espírito Santo (GES).
No final da primeira sessão, o ex-director-geral das Florestas António Macedo disse apenas que este processo tem uma dimensão«técnica, administrativa e política».
Na sala de audiências, o seu advogado, Carlos Pinto de Abreu, questionou porque não estavam a ser julgados os três ex-ministros - Nobre Guedes, Telmo Correia e Carlos Costa Neves - que assinaram o despacho de 16 de Fevereiro de 2005.
«Este julgamento é um absurdo, uma imbecilidade. Não vejo aqui nenhum ministro presente. Não percebo porque só estão aqui os técnicos, que não violaram nenhum dever, só cumpriram ordens», afirmou.
Os 11 arguidos são: Abel Pinheiro, Carlos Calvário, José Manuel de Sousa e Luís Horta e Costa (estes três ligados ao GES), António de Sousa Macedo (ex-director geral das Florestas), Manuel Rebelo (ex-membro da Direcção-geral das Florestas), António Ferreira Gonçalves (ex-chefe do Núcleo Florestal do Ribatejo), João Carvalho, Teresa Godinho, Eunice Tinta e José António Valadas (funcionários do CDS).
Os factos reportam a 2005, quando a escassos dias das eleições legislativas um despacho assinado pelos ex-ministros do PSD Costa Neves (Agricultura) e do CDS/PP Nobre Guedes (Ambiente) e Telmo Correia (Turismo) declarava como sendo de utilidade pública um projecto do GES para um empreendimento turístico, autorizando o abate de mais de 2.500 sobreiros, espécie protegida.
Lusa/SOL