O Chefe do Governo garantiu que o Executivo nunca deu qualquer orientação à PT para comprar a TVI ou qualquer outra empresa de comunicação social.
José Sócrates rejeitou que o Governo tenha traçado um plano para controlar a comunicação social em Portugal, considerando essa ideia «rotundamente falsa», infundada e «delirante».
«Todos os portugueses são testemunhas de que temos uma comunicação social livre», reforçou.
O primeiro-ministro condenou ainda as violações do segredo de Justiça e a «divulgação criminosa das escutas telefónicas», referindo-se às escutas sobre o processo "Face Oculta".
«Não tenho absolutamente nada a temer. Mas faço-o porque esses crimes atentam contra as pessoas, contra o direito à privacidade e contra o funcionamento da justiça», afirmou o líder do Executivo.
Sócrates disse ainda que os «insultos, rumores e mentiras» não vão afastá-lo de cumprir o programa do Governo, para o qual foi eleito.
«Estes são os métodos de quem dá mostras de não saber aceitar a escolha e o resultado das eleições legislativas, de não saber conviver com o julgamento democrático dos portugueses. Esses são os que parecem ter-se desinteressado do país, para apenas se concentrarem no insulto como arma de ataque pessoas», acrescentou.
«Não será agora, como não foi no passado, que uma qualquer sucessão de insultos, de rumores e de mentiras me fará desviar da responsabilidade que o povo me confiou. Como primeiro ministro conduzirei o Governo, como é meu dever, no combate à crise económica, pela modernização do país, cumprindo o programa que venceu as eleições», disse.
Segundo Sócrates, com essa atitude, estará «a contribuir para a elevação do debate político, que é tão necessária para o prestígio das instituições e para que a vida política se concentre nos reais problemas das pessoas e nos reais problemas do pais».
A posição de José Sócrates foi assumida numa declaração aos jornalistas na residência oficial em São Bento, antes de participar numa reunião com o grupo parlamentar do PS.