Candidato entra hoje nos debates, de olhos na segunda volta. Apoiantes contra "muro de silêncio".
Todos os debates são importantes para Manuel Alegre, que, embora considere que têm pouco tempo (na última campanha eram de uma hora), os encara como oportunidades para "transmitir uma imagem e passar as ideias-chave", tendo em vista uma segunda volta. Em declarações ao DN, o candidato explica que, "à partida, os mais previsíveis serão com Defensor Moura [com quem se estreia esta noite, na RTP] e Francisco Lopes, o que suscita mais interrogações sobre a forma como decorrerá será com Fernando Nobre - que, não sei porquê, tem sido muito agressivo comigo - e aquele para que [está] politicamente mais preparado é com Cavaco Silva".
A razão desta convicção em relação ao frente-a-frente com o actual PR é simples: "Já fiz um com ele nas últimas presidenciais e não me saí mal, com uns analistas a considerarem que empatámos, e outros que eu ganhei." E pode ser um ponto de viragem, como acreditam alguns apoiantes? "Pode ser um momento decisivo da campanha, mas nunca se sabe."
Os alegristas querem, sobretudo, furar o "muro de silêncio" da comunicação social em torno das eleições. E Manuel Alegre admite que teve de "apaziguar o sentimento de revolta" perante a fraca cobertura noticiosa que teve a sessão na FIL, em Lisboa, onde, por exemplo, António Costa proferiu um importante discurso e a sua presença nem sequer foi referida.
"Nunca tinha visto um desfasamento tão grande entre o que se passa na realidade e o que é noticiado", admite o poeta-político. Alegre tenta encontrar explicações: "Os jornais deixaram de ter correspondentes", tem havido "muitos casos na agenda política" e as sondagens criaram a ideia de que as presidenciais estão decididas - "já vi as sondagens enganarem-se muito e, com tanta disparidade nos resultados que têm sido publicados, há qualquer coisa nos métodos que está errada".